domingo, 25 de maio de 2014

LINÓLEOGRAVURA

Olá pessoal do 2° ano de Artes - Univel, já que essa semana começaremos a trabalhar em Linóleo, na disciplina de gravura, irei compartilhar com vocês uma postagem sobre o assunto, que achei em um outro blog. Muito bonito!




Linóleo

Esta técnica assemelha-se ao entalhe da xilogravura, no entanto, ao invés de madeira, a matriz é de material sintético – placas de borracha, chamadas “linóleo”.
Igualmente a “xilo”, a placa de linóleo receberá a tinta que ficará nas partes em alto relevo, e sobre pressão será transferida para o papel.
Esta técnica é mais recente do que a xilogravura devido ao material de sua matriz, e foi muito utilizada pelos artistas modernos como Picasso por exemplo.
O linóleo é um material cujo invento foi patenteado na Inglaterra em 1860 por Frederick Walton. Esse material era indicado para forração (piso). Ele é feito a partir da combinação de óleo de linhaça, serragem de madeira cortiça, resinas naturais e pigmentos. Alguns artistas passaram a utilizar esse material da mesma forma que se utiliza a madeira para xilogravura. As ferramentas para o entalhe são as mesmas utilizadas para a madeira. A diferença está na impressão, pois enquanto que a matriz de madeira deixa aparecer os veios na impressão, com o linóleo obtêm-se áreas chapadas.
A técnica da impressão com linóleo também é semelhante à da xilogravura. Consiste em entalhar o desenho numa placa de linóleo, que depois servirá de matriz para a impressão em papel ou tecido.
O linóleo tem uma grande vantagem sobre a madeira: por ser mais macio, não tem as mesmas dificuldades que a madeira oferece para entalhar. Embora seja fácil esculpir em linóleo, convém escolher desenhos simples que tenham traços bem nítidos e esquemáticos, pelo menos no início.

Linóleogravura

A linóleogravura é uma técnica de reprodução de imagem, onde o desenho é gravado (cavado) em uma placa que lembra uma borracha, utilizando goivas (pequenos formões) como ferramenta. Após a gravação, a matriz (placa) recebe a tinta, o papel e vai para prensa, com isso é só colocar a gravura para secar.
As obras devem ser apresentadas com a numeração de cada série que o artista produz, por exemplo, 1/10, isto significa, obra 1 de uma série de 10 reproduções do artista.






Artista: Ana costalina



Bianchetti, Glenio – jogo de osso 1955



Camila Mesquita, Pablo picasso


Mulher com sombrinha, M.L.Pacheco


Duas mulheres na janela, 1950 – linóleo várias cores


Still Life Vasos e pêssego, linóleogravura 2008



Postado por: Tainara Taine

Gilvan Samico fala sobre Gravura




Postado por: Marieli Ribeiro

Algumas gravuras de Evandro Jardim

Artista:  Evandro Carlos Jardim 
Título: Perspectivas 
Técnica:  Gravura em metal sobre papel 
Ano: Desconhecido 
Dimensões (Cm): Alt.: 26,5 / Larg.: 36






Artista: Evandro Carlos Jardim
Título: O homem, a casa e seus pertences
Técnica: Água Forte
Ano: 1974
Dimensões (Cm): Alt.: 27,8 / Larg.: 21,5










Artista: Evandro Carlos Jardim 
Título: Bananeiras 

Técnica: Gravura em metal 

Ano: Desconhecido 

Dimensões (Cm): Alt.: 22 / Larg.: 24 







Artista: Evandro Carlos Jardim
Título: O homem, a casa e seus pertences
Técnica: Gravura
Ano: 1971
Dimensões (Cm): Alt.: 18 / Larg.: 20






Artista: Evandro Carlos Jardim 
Título: Dia e Noite 
Técnica: Gravura em metal sobre papel 
Ano: Desconhecido 
Dimensões (Cm): Alt.: 15 / Larg.: 21





Postado por: Tainara Taine

Algumas das obras de Gilvan Samico

Título : A Dama com Luvas 
Artista : Gilvan Samico 

Ano : 1959

Técnica : Xilogravura a cores sobre papel

Dim. : 50 x 39 cm



 Título : Francisco e o Lobo de Mântua 

Artista : Gilvan Samico

Ano : 1960
Técnica : Xilogravura sobre papel de arroz

Dim. : 39 x 30 cm


  

 Título : A Queda do Anjo 
Artista : Gilvan Samico

Ano : 1965
Técnica : Xilogravura sobre papel de arroz

Dim. : 33 x 26,5 cm




Título : "O encontro" 
Artista : Gilvan Samico

Ano : 1978
Técnica : Xilogravura

Dim. : 76 x 52 cm





Título : Primeira Homenagem ao Cometa 
Artista : Gilvan Samico  

Ano : 1985

Técnica : Xilogravura a cores

Dim. : 62 x 98 cm



Título : A caça 
Artista : Gilvan Samico - Gilvan José Meira Lins Samico 
Ano : 2003

Técnica : Xilogravura

Dim. : 93 x 47 cm





ENTREVISTA COM EVANDRO JARDIM


Postado por: Tainara Taine

EVANDO JARDIM

Evandro Carlos Frascá Poyares Jardim nasceu em São Paulo, no ano de 1935. Em 1953 ingressa na Escola de Belas Artes de São Paulo, onde estuda pintura com Theodoro Braga (1872 - 1953), Antonio Paim Vieira e Joaquim da Rocha Ferreira (1900 - 1965), além de modelagem e escultura com Vicente Larocca. Entre 1956 e 1957, estuda gravura em metal com Francesc Domingo Segura (1893 - 1974). Especializa-se em gravura em metal, na técnica da água-forte. Paralelamente à carreira artística, desenvolve intensa atividade docente em várias instituições, como a Escola de Belas Artes, a Fundação Armando Álvares Penteado - Faap e a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP. Durante o regime militar, promove leilões de obras suas para ajudar os familiares de presos políticos e colabora com o movimento pela anistia política. Em sua produção gráfica, enfoca constantemente o cenário urbano de São Paulo. O artista, que revela extremo cuidado técnico na execução de suas obras, reelabora constantemente certas imagens, como a do Pico do Jaraguá, além de representações de pássaros, frutos, janelas ou de um cavalo morto.

Na década de 1980, as figuras ganham maior independência. Jardim não ambienta as cenas, nem estabelece relações hierárquicas entre as formas impressas. As figuras não têm vínculo formal, são justapostas. Associam-se pela proximidade no papel e, juntas, costuram narrativas sobre a cidade de São Paulo. Em 1991, exibe a série Figuras Jacentes, na Galeria São Paulo. Ali, a relação entre os elementos é ainda mais rarefeita. O artista distribui as imagens em um papel em branco, manchado e dividido em quadriláteros. As imagens não seguem nenhuma ordem, estabelecendo relações inesperadas umas com as outras.

GILVAN SAMICO

Gilvan José Meira Lins Samico nasceu em Recife PE, em 1928. Gravador, pintor, desenhista, professor. Em 1952, Gilvan Samico funda, juntamente com outros artistas, o Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, idealizado por Abelardo da Hora (1924). Estuda xilogravura com Lívio Abramo (1903 - 1992), em 1957, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. No ano seguinte, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde cursa gravura com Oswaldo Goeldi (1895 - 1961) na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Possuidor de grande domínio técnico.

Dedica-se à realização de texturas elaboradas com ritmos lineares em seus trabalhos. Em 1965, fixa residência em Olinda. Leciona xilogravura na Universidade Federal da Paraíba - UFPA. Em 1968, com o prêmio viagem ao exterior obtido no 17º Salão Nacional de Arte Moderna, permanece por dois anos na Europa. Em 1971, é convidado por Ariano Suassuna a integrar o Movimento Armorial, voltado à cultura popular nordestina e à literatura de cordel. Sua produção é marcada pela recuperação do romanceiro popular nordestino, por meio da literatura de cordel e pela utilização criativa da xilogravura. Suas gravuras são povoadas por personagens bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas locais, assim como por animais fantásticos e míticos. Com a apresentação de uma nova temática, introduz uma simplificação formal em seus trabalhos, reduzindo o uso da cor e das texturas.

Gilvan Samico inicia-se em pintura como autodidata. Em 1948, integra a Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, criada por Abelardo da Hora (1924), que tem importante papel na renovação da arte pernambucana. O objetivo dessa associação é criar no Recife um amplo movimento cultural que envolvesse áreas como artes plásticas, teatro e música, incentivando pesquisas sobre a cultura popular e suas manifestações. Em 1952, Samico é um dos fundadores do Ateliê Coletivo da SAMR, centro de estudos de desenho e gravura, voltados para uma arte de caráter social.

Vem para São Paulo em 1957, onde tem aulas com Lívio Abramo (1903 - 1992) na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. Da convivência com Abramo Samico guarda a preocupação em explorar as possibilidades formais da madeira e o interesse pelas texturas muito elaboradas. O artista passa a criar ritmos lineares, que se harmonizam perfeitamente na estrutura geral de suas obras.

Viaja no ano seguinte ao Rio de Janeiro, onde freqüenta o curso livre de gravura deOswaldo Goeldi (1895 - 1961), na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. O contato com o gravador é percebido no emprego de atmosferas noturnas em seus trabalhos, utilizando número reduzido de traços, e no uso muito preciso da cor.

Sua obra é marcada definitivamente pela descoberta do romanceiro popular, através da literatura de cordel e pela criativa utilização da xilogravura. O espaço de suas gravuras é então povoado por personagens bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas populares, e também por muitos animais e seres fantásticos: leões, serpentes, dragões.

Paralelamente à inovação temática, Samico passa a utilizar o branco com muita força expressiva. A profundidade é pouco evocada em suas obras, que enfatizam a bidimensionalidade, sendo as figuras representadas como signos, o que ocorre, por exemplo, em O Boi Feiticeiro e o Cavalo Misterioso, 1963. A xilogravura Suzana no Banho, 1966 apresenta características formais que se tornam constantes na obra de Samico: além das tramas gráficas diferenciadas, que conferem ritmo à composição, emprega a simetria e a compartimentação geométrica do espaço.

Nas décadas de 1980 e 1990, Gilvan Samico dedica-se mais longamente à realização de cada gravura, chegando a produzir uma matriz por ano. Exercita com a goiva toda uma variedade de cortes, até encontrar a textura ideal para cada assunto tratado. Nos trabalhos recentes simplifica a estrutura e a própria trama linear, acrescentando motivos originários da arquitetura: arcos, rosáceas e molduras. A obra A Espada e o Dragão, 2000, por exemplo, apresenta uma técnica apurada e um uso muito criterioso da cor.

Falece, em 25 de novembro de 2013, devido a câncer na bexiga.



Link: http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1934&cd_idioma=28555

Postado por: Marieli Ribeiro

terça-feira, 13 de maio de 2014

O que é Gravura?

O termo "gravura" é muito conhecido pela maioria das pessoas, no entanto, as várias modalidades que constituem esse gênero, costumam confundir-se entre si, ou com outras formas de reprodução gráfica de imagens. Isto faz da gravura uma velha conhecida, da qual pouco sabemos de fato.
De um modo geral, chama-se "gravura" o múltiplo de uma Obra de Arte, reproduzida a partir de uma matriz. Mas trata-se aqui de um reprodução "numerada e assinada uma a uma", compondo desta forma uma edição restrita, diferente do "poster", que é um produto de processos gráficos automáticos, e reproduzido em larga escala sem a intervenção do artista.
Um carimbo pode ser a matriz de uma gravura, a grosso modo. Mas quando esse "carimbo" é fruto da elaboração e manipulação minuciosa de um artista, temos um "original" - uma matriz - de onde surgirão as imagens que levarão um título, uma assinatura, a data e a numeração que a identificam dentro da produção desse artista: torna-se uma Obra de Arte.
Cada imagem reproduzida desta forma, é única em si, independentemente de suas cópias, consequentemente, cada gravura "é única", é uma Obra original assinada. O fato de haver cópias da mesma imagem, nada tem a ver com a questão de sua originalidade. Ao contrário disso, a arte da gravura está justamente na perícia da reprodução da imagem, na fidelidade entre as cópias, este é um dos fatores que distinguem o artista "gravador".
Quando falamos de gravura, temos em mente um processo inteiramente artesanal. Desde a confecção da matriz, até o resultado final da imagem impressa no papel, a mão do artista está em contato com a Obra.
Depois de impressa, cada gravura recebe a avaliação particular do artista, que corrige os efeitos visuais ou os tons e cores, ou ainda, acrescenta ou elimina elementos que reforcem o caráter que quer dar à imagem.
Quando a imagem chega ao "ponto", define-se a quantidade de cópias para a edição. As gravuras editadas são assinadas, numeradas e datadas pelo próprio artista. Em geral a numeração aparece no canto inferior esquerdo da gravura - 1/ 100, ou 32/ 50 por exemplo - isto indica o número do exemplar (1 ou 32), e quantas cópias foram produzidas daquela imagem (100 ou 50). O número de cópias varia muito, e depende de fatores imprevisíveis, que vão desde a possibilidade técnica que cada modalidade permite, ou também da demanda "comercial", ou do desejo do artista apenas. Grandes edições não chegam a 300 cópias, mas em geral o número é muito menor, ficando por volta de 100. Gravuras em Metal costumam ser as de menor tiragem, devido ao desgaste da matriz, que não costuma agüentar muito mais de 50 cópias.
Outras indicações também são usadas em gravuras: PI (prova do impressor), BPI (boa para impressão, quando chega-se ao resultado desejado para todas as cópias), PE (prova de estado, que indica uma etapa da imagem antes de sua configuração final), PCOR ( prova de cor, correspondendo à investigação de combinações de cores e tons), e também PA (prova do artista, que representa um percentual que o artista separa para seu acervo, em geral 10% da edição)
Além do trabalho do artista, há também a preciosa atuação do "impressor", uma figura que está atrás do pano, por assim dizer, alguém que não cria a imagem, tampouco assina a Obra, mas faz com que ela "apareça" aos olhos do artista, literalmente.
O impressor é quem domina os segredos do "processamento da matriz e da reprodução fiel das cópias". Há artistas impressores também, mas no geral, a gravura é fruto de um trabalho coletivo.
A gravura é um meio de expressão que sempre ocupou lugar de destaque na produção da maioria dos artistas, pois possui características sem equivalência em outras modalidades artísticas. Suas operações sofisticadas e a invenção dos métodos de imprimir, e das próprias prensas, fizeram do ofício do artista gravador um misto de gênio da criação, com engenheiro e alquimista. Não é difícil imaginar as dificuldades de produção de uma gravura em Metal, ou Litografia em épocas que eram iluminadas a fogo, num tempo em que a carroça e o cavalo eram os transportes mais comuns nas grandes cidades, e que nada se sabia sobre plástico ou nem se imaginava a possibilidade de comprar uma lixadeira elétrica na loja de ferragens.
A Arte da gravura exigia conhecimentos que iam muito além do seu próprio universo. E igualmente, sua penetração na sociedade nada tinha de comum com o que hoje observamos, daí seu alto valor como técnica e conhecimento dentro das atividades humanas num mundo pré-industrial.
A gravura serviu de laboratório para grandes idéias e para veicular ideais com maior facilidade, criando interação entre camadas distintas da sociedade.
A interação do artista com o impressor pode comparar-se a do maestro com o músico durante uma sinfonia. Cada um é mestre em seu ofício, e não há mérito maior para um ou para outro, senão o de "juntos" obterem a Obra de Arte.
Existem vários tipos de gravura, ou, técnicas distintas de reproduzir uma Obra. As mais utilizadas pelos artistas são: a gravura em Metal, a Litografia, a Xilografia, o Linóleo e a Serigrafia.